Aeeeee,mais um ano que se acaba.Eu adoro isso,é renovação.Pelo menos pra mim,que nesse instante toma um vinho na tentativa de apressar o sono.Tá,qualquer motivo me vale pra tomar vinho.A verdade é que não preciso de motivos pra me jogar no vinho tinto.Mas não é sobre isso que quero escrever.
Bueno,esse tal de 2010 foi caótico.Entrei na faculdade,me mudei pela décima vez,fiz um blog sobre música,me apaixonei,me desapaixonei,fiz amigos queridos,ri pra cacete,chorei pra cacete,escrevi muito,publiquei pouco,crises nervosas,descoberta dos meus orixás,crescimento do vício em café,crise financeira,alemão pela internet,poucos poemas e muita prosa regada a vinho.Nesse fim de ano,solidão.Eu e meu notebook(sim,eu ganhei um no meio desse ano),virando noites.
O Rio esteve um caos,e minha cabeça pirou.Favelas invadidas,e aquele desgraçado me invadiu a vida.Nesse ano não fui responsável por mim.Desaprendi a dormir.Nem chá,nem maracujá.O vinho.
Queria desejar feliz ano novo,mas acho que não sei mais como fazer.Vinho,minha resposta pra tudo.Saúde pra nós.Saúde e amor,que tem a cor do vinho.Saúde,amor e paz,que tem a cor da minha blusa com estampa da Iemanjá.
Que venha 2011,esse cheirinho de bêbê no ar...
*****************************************************************************
Eu,Carolina Luisa,P-R-O-M-E-T-O escrever mais aqui,meu espacinho amadinho mas tão abandonadinho;
Cantar e dançar mais!
E o hino das redes sociais???????
"eu quero ter um milhão de amigos e bem mais forte poder cantar(nem que seja só com 140 caracteres)"
ai,ai Roberto...LOVIÚ!!!!!!!!!!
.
.
.
Beeeeeeeijos,amores!!!!!!!ótimo 2011 pra todos nós!!!!!!!!!!!!!!!!!!
quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
sábado, 18 de dezembro de 2010
Deus me deu a mais difícil das tarefas humanas: ser mulher.Não sei se sei realmente o que é ser mulher.Aceitar os padrões ou rebelar-se contra eles,sempre na linha que separa o que a natureza deu e o que a vida proporciona.Sempre ao extremo.Maternidade não é a coisa mais importante do mundo,mas precisará de filhos um dia.Isso é verdade pra mim? Que tipo de mulher sou/serei eu?Já quis ser tantas...
Quis ser Pagu,Frida Kahlo,Carmem Miranda,Ingrid Bergman,Katharine Hepburn,Clarice Lispector,Monica Vitti,Anna Karina,Anita Ekberg,Claudia Cardinale,Catherine Deneuve,Helena Ignez,Rita Lee,Paula Toller,Penélope Cruz,Cat Power,Camila Pitanga,Scarlett Johanson,Céu,Ayo,Natalie Portman.Quis ser todas as mulheres cantadas por Chico Buarque.Beatriz,Bárbara,Ana de Amsterdam,Carolina,Joana Francesa,Lily Braun.Quis ser,e não sou.Ou sou um bocado de cada uma e não sei? Não sei.
Uma mulher que não sabe ser,é capenga e amputa sentimentos.Uma mulher que deseja tão ferozmente que acaba inibindo o que há de mais intenso.Uma mulher que morre a cada olhada para o chão,desejando muito olhar para o céu.Deseja o infinito mas está cansada demais e precisa dormir.
Deus me deu a difícil tarefa de ser eu.
****************************************************
Por favor,algum amor que me liberte de mim mesma...
sexta-feira, 17 de dezembro de 2010
Manacéia
Almoço,me arrumo
para o ponto,ônibus 298 - Castelo
rumo ao melhor de mim
as melhores horas,os melhores sorrisos
cabelo rosa e gravata
detalhe da calça:estampa da bandeira britânica
olhos brilhando,cabeça sonhando
meus amigos estão lá.
Para Bianca,Murilo, Roberta e Jorge
Jéssica,Tati ,Tatiene e Chao
Jessika "Pãozinho",Michel e Vítor
para eles o melhor de mim
Letícia,Luana e Fabrício
Kassio,Beta "Rock",Grazi e"Chavinho"
para eles a minha alma desnuda.
Minhas melhores horas,melhores momentos
as lágrimas os beijos os abraços as risadas
eles são o melhor de mim.
***************
poema escrito em 2005,para meus amigos,meus amores eternos!
sábado, 4 de dezembro de 2010
Nossos ídolos envelhecem
e nós vamos com eles
dançar com o tempo
brincar com as rugas
que aos poucos nascem em nossos rostos.
Erguemos a taça
brindando os últimos dias que virão
no lugar do calor,a brisa
o vento suave,carinho da vida.
Quando a morte chegar,
daremos nosso derradeiro gole
com o corpo gasto de tanta vida vivida
ao último suspiro,nossa carta de alforria.
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
Carta aberta para João - II
Daí que eu me senti sozinha e com uma bomba pedindo para estourar,saí pra tomar um chopp num bar próximo daqui de casa.Observei rapazes(você sabe que eu gosto de fazer isso)dos mais variados tipos.Suas pernas,suas vozes graves,seus sorrisos contidos.Suas histórias de trepadas homéricas,contavam uns aos outros,e eu logo lembrei das tuas.Ali pousaram Tiagos,Guilhermes,Augustos,Davis e Pedros.Além do seu Almeida,o garçom.
Eu estava sentada sozinha,numa mesa do canto esquerdo do bar.Procurava neles algo que me lembrasse você.Poderia ser o olhar,o jeito de falar ou de lamber os lábios depois de um gole de chopp.Até a maneira de se levantar da cadeira ou o jeito de colocar ou de tirar a jaqueta.Qualquer gesto que me lembrasse um certo João...
Como eu havia adiantado,eu estava com uma bomba doida pra estourar aqui dentro do meu peito.Meu corpo estava mandando sinais,e eu precisava acatar suas vontades.Quem mandou,João,me deixar sozinha,revirando no colchão? Gritando seu nome no meio da madrugada,e o senhor nada de aparecer?Quem mandou,João,me deixar tão tonta,tão apaixonada?
Tão tonta e apaixonada ao ponto de me fazer procurar em outros homens qualquer coisa que me lembrasse você.
Continuei sozinha um tempinho até aparecer um rapaz moreno e com ar decidido.Logo que ele entrou no bar,virei meus olhos instantaneamente pra ele.Notei que tinha mãos grandes e um olhar seco.As pernas eram longas e pareciam torneadas por partidas de futebol.Sim,eu consegui enxergar isso mesmo ele vestindo calça comprida jeans,que não era muito apertada.Só um pouco na parte das coxas,que já dava uma noção.
Depois de pedir seu chopp,seus olhos castanhos e frios pousaram em mim.Trocamos longos olhares até que ele se aproximou.Conversamos um pouco,pagamos as bebidas e saímos.Ainda posso sentir o peso da mão dele em meu ombro.Até então ele em nada lembrava você.Eu até estava gostando.Perdoe a sinceridade,João.Mas precisamos dela,lembra?
Ele me atraia de uma maneira vulgar,não tive como dizer não.Um simples toque de sua mão em meu ombro já fez meu corpo responder energicamente.Daí para as duas mãos dele passearem por todo meu corpo foi um pulo.M.soube como fazer.Sim,M.,vou chamá-lo assim nessa carta.O M. me fez esquecer um tal João por algum tempo.Trepamos sem qualquer culpa.Aliás,sou difícil com culpa,você sabe.Peço desculpas geralmente sem muita convicção.
Depois do orgasmo final,ele me beijou e se levantou .Conversamos enquanto ele se vestia.Não estava com muita pressa.Antes de ir,me beijou novamente.Percebi nele algo que estava em mim.Uma busca,uma bomba no peito querendo explodir.Vi que o olhar antes seco estava tristonho.Depois do beijo ele ficou me olhando,e vi que ele estava no mesmo barco que eu.Pude ver isso nitidamente no seu rosto,do mesmo jeito que ele,com certeza,viu no meu.Sorrimos um para o outro um sorriso cúmplice e solidário,como quem diz "sei bem o que sente".
Imagino que,neste exato momento,ele escreve uma carta para a mulher que ele ama,e que está longe.Tão longe quanto você está de mim agora,João.
E M. que em nada se parecia contigo,nem nos gestos nem nada,me fez lembrar do amor que sinto.Ele me lembrou do amor que é só teu,João.
Te espero sempre,não esqueça.Você não esquece...
Com amor,
Carol.
Eu estava sentada sozinha,numa mesa do canto esquerdo do bar.Procurava neles algo que me lembrasse você.Poderia ser o olhar,o jeito de falar ou de lamber os lábios depois de um gole de chopp.Até a maneira de se levantar da cadeira ou o jeito de colocar ou de tirar a jaqueta.Qualquer gesto que me lembrasse um certo João...
Como eu havia adiantado,eu estava com uma bomba doida pra estourar aqui dentro do meu peito.Meu corpo estava mandando sinais,e eu precisava acatar suas vontades.Quem mandou,João,me deixar sozinha,revirando no colchão? Gritando seu nome no meio da madrugada,e o senhor nada de aparecer?Quem mandou,João,me deixar tão tonta,tão apaixonada?
Tão tonta e apaixonada ao ponto de me fazer procurar em outros homens qualquer coisa que me lembrasse você.
Continuei sozinha um tempinho até aparecer um rapaz moreno e com ar decidido.Logo que ele entrou no bar,virei meus olhos instantaneamente pra ele.Notei que tinha mãos grandes e um olhar seco.As pernas eram longas e pareciam torneadas por partidas de futebol.Sim,eu consegui enxergar isso mesmo ele vestindo calça comprida jeans,que não era muito apertada.Só um pouco na parte das coxas,que já dava uma noção.
Depois de pedir seu chopp,seus olhos castanhos e frios pousaram em mim.Trocamos longos olhares até que ele se aproximou.Conversamos um pouco,pagamos as bebidas e saímos.Ainda posso sentir o peso da mão dele em meu ombro.Até então ele em nada lembrava você.Eu até estava gostando.Perdoe a sinceridade,João.Mas precisamos dela,lembra?
Ele me atraia de uma maneira vulgar,não tive como dizer não.Um simples toque de sua mão em meu ombro já fez meu corpo responder energicamente.Daí para as duas mãos dele passearem por todo meu corpo foi um pulo.M.soube como fazer.Sim,M.,vou chamá-lo assim nessa carta.O M. me fez esquecer um tal João por algum tempo.Trepamos sem qualquer culpa.Aliás,sou difícil com culpa,você sabe.Peço desculpas geralmente sem muita convicção.
Depois do orgasmo final,ele me beijou e se levantou .Conversamos enquanto ele se vestia.Não estava com muita pressa.Antes de ir,me beijou novamente.Percebi nele algo que estava em mim.Uma busca,uma bomba no peito querendo explodir.Vi que o olhar antes seco estava tristonho.Depois do beijo ele ficou me olhando,e vi que ele estava no mesmo barco que eu.Pude ver isso nitidamente no seu rosto,do mesmo jeito que ele,com certeza,viu no meu.Sorrimos um para o outro um sorriso cúmplice e solidário,como quem diz "sei bem o que sente".
Imagino que,neste exato momento,ele escreve uma carta para a mulher que ele ama,e que está longe.Tão longe quanto você está de mim agora,João.
E M. que em nada se parecia contigo,nem nos gestos nem nada,me fez lembrar do amor que sinto.Ele me lembrou do amor que é só teu,João.
Te espero sempre,não esqueça.Você não esquece...
Com amor,
Carol.
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
Foi só me afastar do que me faz lembrar
seus ruídos seus gritos seus silêncios
o toque que precede o prazer
o corpo do outro lado da cama
as vozes do outro lado da rua.
Tudo que eu precisava saber
que eu precisava ignorar
essa multidão que grita aqui dentro
provocada pelos seus estímulos.
Amor não tá fácil de sustentar
amor tem o peso do mundo
amor,pedra do mundo.
Mais fácil ignorar
pelo preço de fingir-se parte do mundo.
domingo, 14 de novembro de 2010
Blog de música
Aee,meu povo,finalmente criei meu blog de música,depois de tanto tempo prometendo pra tanta gente.Aqui está:
Não,não vou deixar de escrever aqui.Lá é música&alma,aqui é poesia&corazón.
Espero q gostem do meu caçulinha. ;)
domingo, 7 de novembro de 2010
Amor.Quero amor no sentido mais intenso da palavra.Aquele amor atrevido,abusado,folgado feito gato.Aquele mesmo que chega de mansinho,sem que se consiga escutar seus passos.Amor que acaricia e que arranha.Que beija e que morde.Amor que cura e que arde.Que me tire o medo de voar,que me faça entender e sentir de verdade todas as letras de amor.Amor Chico Buarque,amor Roberto Carlos,amor Bethania,amor JP Cuenca.Amor que me faça gozar de todos os prazeres do mundo.Orgasmos múltiplos,olhos revirados,coração pulando,suor,saliva,mãos dadas,parceria,olhares cúmplices.
Quero amor,esse silêncio que grita.
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
Toque de Recolher ou Notas para sobreviver a uma guerra não oficialmente declarada
Fim de tarde num bairro suburbano do Rio de Janeiro.Começa um tiroteio -notícias de invasão ao morro vizinho- e você está em casa.Se desespera,não sabe se corre para os fundos, se joga no chão ou chora.Ok.
.
.
.
Um pouco antes do tal tiroteio,houve fogos que a princípio eram inocentes.Mas não eram.Nada é inocente numa grande cidade em pé de guerra.Os fogos na verdade são uma espécie de alarme.É um sinal de toque de recolher:quem está na rua,corre para atrás de um carro ou para alguma loja,e se joga no chão;quem está em casa,corre para os fundos.Mas antes,certifique-se de que todos os membros da família encontram-se no lugar.Leve alguns mantimentos,para caso de fome.E,claro,se joga no chão.
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Enquanto as balas sobrevoam por cima das casas,vem à lembrança seus vizinhos mais chegados.Preocupado(a)? Telefone,então.Não tenha vergonha e desabafe com seu amigo-vizinho.Xingue os bandidos e os policiais,chore,diga que ama e se preocupa com a pessoa,que tem medo de morrer e etc.
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O medo invade até o mais valentão da rua.Deixe a vergonha de lado e segure a mão de alguém.Pode ser a mão da mãe,do pai,do irmão,da namorada...não importa.Segure a mão,e não solte.
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Agora,durma com esse barulho.Sonhar é o que fortalece em meio a barbárie.
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A louca da dona desse blog resolve escrever justo na hora em que Madureira,bairro onde mora,pega fogo.
sábado, 25 de setembro de 2010
...porque a gente passa boa parte da vida tentando buscar algum sentido para a pobre,ama,se descabela,se fode e tenta levantar junto com o sol,já que a lua mais derruba com tantos sonhos e suspiros que a desgraçada provoca.Queria eu escrever um poema hoje,mas tá difícil.A minha lua me derrubou.A minha lua de olhos castanhos e puxados me derrubou.Queria eu poder levantar linda e poderosa feito o sol -mas o dia amanheceu nublado e não me apareceu qualquer motivação.
domingo, 8 de agosto de 2010
-As coisas no seu devido lugar.
Olhando os livros na estante,começo a contar quantos são de poesia.Deixei o netebook carregando sobre a mesa,e o bule com água pra fazer um chá em fogo brando.Ouço tiros que parecem vir de armas pesadas.Aquelas coisas todas que falam na tv em relação a violência,tudo teoria.Meu pai sempre dizia isso,e agora sou eu.Aliás,a cada dia que passa,desde o falecimento de meu pai,noto grandes semelhanças de comportamento entre nós dois.A mania de ver televisão e não prestar muita atenção nos programas,exceto os jornalísticos.Aí eu digo:tudo teoria!Também herdei de meu pai o zanzar pela cozinha procurando algo,e voltando pra sala ou pro quarto sem pegar nada.Mas dessa vez eu tenho o chá.
4,5,6,7 com o do Ferreira Gullar...
Por que ele não aparece mais no msn?A minha agonia cresce toda vez que entro no msn e vejo que ele está off.Queria xingar o time do Flamengo pela última derrota,mas cade ele pra me acompanhar?Tenho que parar com essa minha ansiedade ou eu vou a falência por conta dessas barras de chocolate na geladeira.Ah,os bandidos sossegaram um pouco.Será que agora posso ir lá fora apagar a luz?
(...)
Olhando os livros na estante,começo a contar quantos são de poesia.Deixei o netebook carregando sobre a mesa,e o bule com água pra fazer um chá em fogo brando.Ouço tiros que parecem vir de armas pesadas.Aquelas coisas todas que falam na tv em relação a violência,tudo teoria.Meu pai sempre dizia isso,e agora sou eu.Aliás,a cada dia que passa,desde o falecimento de meu pai,noto grandes semelhanças de comportamento entre nós dois.A mania de ver televisão e não prestar muita atenção nos programas,exceto os jornalísticos.Aí eu digo:tudo teoria!Também herdei de meu pai o zanzar pela cozinha procurando algo,e voltando pra sala ou pro quarto sem pegar nada.Mas dessa vez eu tenho o chá.
4,5,6,7 com o do Ferreira Gullar...
Por que ele não aparece mais no msn?A minha agonia cresce toda vez que entro no msn e vejo que ele está off.Queria xingar o time do Flamengo pela última derrota,mas cade ele pra me acompanhar?Tenho que parar com essa minha ansiedade ou eu vou a falência por conta dessas barras de chocolate na geladeira.Ah,os bandidos sossegaram um pouco.Será que agora posso ir lá fora apagar a luz?
(...)
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
Os homens.Os homens são sempre essas crianças birrentas,que teimam em não crescer.Os homens brincam e clamam por atenção.Há um conforto aparente no ser homem,o poder que lhes é permitido que parece nunca acabar.Eles se guardam mais do que as mulheres.Eles se escondem mais do que as mulheres.Eles tem medo do amor-sentimentozinho terrível,eles pensam.
O amor lhes chega sorrateiramente,e depois castiga,maltrata.Um peso no peito muito maior do que eles podem suportar.Uma criança se desespera quando perde seu responsável de vista em meio a multidão.O homem não suporta ficar sem sua amada.Ele corre pela rua,desesperado,gritando o nome dela.Ele chora e se joga no chão e tem medo.O homem é frágil como vidro.Ambos cortam,fazem sangrar.Mas quebram com uma facilidade espantosa.O homem e sua fragilidade escondida.Ele se guarda mais que a mulher.
O amor lhes chega sorrateiramente,e depois castiga,maltrata.Um peso no peito muito maior do que eles podem suportar.Uma criança se desespera quando perde seu responsável de vista em meio a multidão.O homem não suporta ficar sem sua amada.Ele corre pela rua,desesperado,gritando o nome dela.Ele chora e se joga no chão e tem medo.O homem é frágil como vidro.Ambos cortam,fazem sangrar.Mas quebram com uma facilidade espantosa.O homem e sua fragilidade escondida.Ele se guarda mais que a mulher.
quinta-feira, 22 de julho de 2010
(Falta de )Inspiração é foda:a filha da mãe só aparece quando bem entende.Nunca me deu satisfação de nada,e fica vagabundeando por aí até se fixar na minha cabeça.Culpa dele,eu poderia dizer.Mas não digo.Eu já lhe jogo nas costas as minhas noites sem sono,meu vício em café crescendo consideravelmente,meus delírios e minhas crises de riso e choro.É,acho que já chega.Pois acabo de adotar uma linda gatinha,e ela tem roubado minha atenção.Por que não botar culpa nela,ele poderia dizer.Mas não diz.Me beija e se vai.Eu que me resolva com minhas noites sem sono e blá blá blá.Quem manda brincar com fogo?!
quarta-feira, 14 de julho de 2010
O dia em que Saramago morreu
O sol havia se levantado bem maroto,bem ao estilo inverno de nascer.Eu estava bem desperta,para assistir aos jogos da Copa - o futebol e o seu poder de me tomar o tempo.Havia em mim uma esperança de um telefonema dele,querendo fazer algum comentário futebolístico.Ele sabia/sabe que eu era/sou a única menina com que ele pode conversar sobre jogos.Eu nunca reclamaria/reclamei/reclamo,ao contrário,eu gosto.Principalmente porque ele é quem fala.Eu tinha a esperança e ela me correu o dia.Como um sopro na minha nuca,que me acompanhou a partir de 12h30.E num estalo,voltei a escrever.A esperança,o futebol,o sopro e as letras no papel.
Ele me ligou:"Carol,Saramago virou imortal de vez".O dia não poderia ter sido mais bonito...
Ele me ligou:"Carol,Saramago virou imortal de vez".O dia não poderia ter sido mais bonito...
sexta-feira, 2 de julho de 2010
Das maravilhas da ciencia
faço que desconheço
Passa um filme de Almodóvar
finjo que nunca vi
Dos meninos da escola
penso ter beijado apenas um
O que está derramado no chão
digo que nunca bebi
Meu amor marcado no corpo
profunda cicatriz
E eu me faço de besta
tal qual a vida
que apesar da morte
continua a estrada...
faço que desconheço
Passa um filme de Almodóvar
finjo que nunca vi
Dos meninos da escola
penso ter beijado apenas um
O que está derramado no chão
digo que nunca bebi
Meu amor marcado no corpo
profunda cicatriz
E eu me faço de besta
tal qual a vida
que apesar da morte
continua a estrada...
quarta-feira, 7 de abril de 2010
Niterói 2010
Debaixo das pedras e da lama
bebendo toda essa água do céu
coração que insiste em bater
com o grito contido.
Em algum canto da cidade
a dor faz silêncio
e chora.
segunda-feira, 15 de março de 2010
sábado, 6 de março de 2010
Carta a João*
Rio de Janeiro,6 de março de 2010
João,
Tenho pensado muito ultimamente.Mais do que se recomenda.Chove demais aqui no suburbio depois de muito tempo vivendo no calor,aquele sol que castigava.Nunca gostei muito de sol.Quer dizer,gosto de sol sim...no inverno.Sempre preferi o sol de inverno.Ele toca suave na pele,quase como seda.
Sabe,João,eu adoro escrever cartas,mas nunca sei como começar.E nunca soube começar nada.O amor tem me invadido tanto,e eu não sei como começar.Não sei falar,João.Tenho muita coisa para dar,meu coração transborda e inunda meus dias de solidão ouvindo as canções de Erik Satie.Desejando muito estar num lugar bem quentinho,e lá fora muito frio.Gostaria de começar a caminhar até você.
João,percebe minha enrolação nessa carta?Me perdoa,João.Quanto mais eu amo,menos sei começar alguma coisa.Queria muito te falar das ruas de Madureira.Andam cheias como sempre.Mas elas te pegam tanto quanto as de Copacabana.Madureira é sempre cheia de tudo,assim como Copacabana.Assim como eu e você.Ai,João,me ensina a dizer.
Chove na cidade,mais ainda no subúrbio.Me alivia o som da água caindo,e o ventinho frio que entra pela janela.João...amo seu nome numa intensidade absurda.João.Forte e sonoro João.Esse ão,digo em suspiro.Joããão................
Perdoa a timidez dessa carta,João.E,por favor,me ensina a falar.
Com amor,
Carolina.
............................................................................
*não é o João gêmeo do texto anterior,é outro,de carne e osso.
João,
Tenho pensado muito ultimamente.Mais do que se recomenda.Chove demais aqui no suburbio depois de muito tempo vivendo no calor,aquele sol que castigava.Nunca gostei muito de sol.Quer dizer,gosto de sol sim...no inverno.Sempre preferi o sol de inverno.Ele toca suave na pele,quase como seda.
Sabe,João,eu adoro escrever cartas,mas nunca sei como começar.E nunca soube começar nada.O amor tem me invadido tanto,e eu não sei como começar.Não sei falar,João.Tenho muita coisa para dar,meu coração transborda e inunda meus dias de solidão ouvindo as canções de Erik Satie.Desejando muito estar num lugar bem quentinho,e lá fora muito frio.Gostaria de começar a caminhar até você.
João,percebe minha enrolação nessa carta?Me perdoa,João.Quanto mais eu amo,menos sei começar alguma coisa.Queria muito te falar das ruas de Madureira.Andam cheias como sempre.Mas elas te pegam tanto quanto as de Copacabana.Madureira é sempre cheia de tudo,assim como Copacabana.Assim como eu e você.Ai,João,me ensina a dizer.
Chove na cidade,mais ainda no subúrbio.Me alivia o som da água caindo,e o ventinho frio que entra pela janela.João...amo seu nome numa intensidade absurda.João.Forte e sonoro João.Esse ão,digo em suspiro.Joããão................
Perdoa a timidez dessa carta,João.E,por favor,me ensina a falar.
Com amor,
Carolina.
............................................................................
*não é o João gêmeo do texto anterior,é outro,de carne e osso.
terça-feira, 2 de março de 2010
Gêmeos Maestros
Sou do signo de Gêmeos,nasci no dia 23 de maio de 1988,no primeiro decanato do meu signo.Lua em Virgem,meio-de-céu Câncer e ascendente em Escorpião.Segundo consta no meu mapa astral,sou uma pessoa bastante caleidoscópica,ou seja,dona de personalidades diferentes abrigadas num só corpo.Só no simples fato de ser geminiana,não sou uma só.Nunca fui.E existe em mim um casal de gêmeos,um completamente diferente do outro.Os dois são eu.
Nina:menina quietinha,tímida,calada.Delicada como uma boneca de porcelana.Passa os dias lendo,ouvindo músicas suaves e desenhando amores,aqueles bem sonhados e puros e eternos.Comportada,é uma francesinha.
João:rapaz direto,falante,dono de uma luz forte e envolvente.Um atleta,ao mesmo tempo que um cientista visionário.Adora skate,rock'n'roll e não se preocupa tanto com o amor.Simplesmente deixa rolar.Fiel aos seus pensamentos,não se comporta como a maioria deseja que ele se comporte.Rebelde nato.
Os dois juntos comandam uma orquestra de idéias e opiniões contrárias,de personalidades diversas que a princípio não se dariam tão bem,como se dão na presença dos gêmeos.O João é a força,o impulso.A Nina é a calma,a ternura.Ambos igualmente necessários para o andamento dessa orquestra louca e deliciosamente confusa.
Me encontro com os dois quando me olho no espelho.Consigo ver seus gestos regendo a orquestra.Essa orquestra de quase 22 anos.Me olho no espelho e sorrio para eles,que me respondem com sorriso também.E saio para viver minhas horas preciosas com eles dois e mais um monte.Mais um monte que habita em mim,e me faz tão única.
**************************************************************
Todos temos uma orquestra dentro de nós,e que nos fazem tão únicos.
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Bom mesmo é cair dentro nesse mundo de possibilidades.Como diz o Lulu Santos na música "Tempos Modernos":Vamos nos permitir!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
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ouvindo:"Trois Gymnopédie"-Erik Satie (obrigada,JP Cuenca)
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
Um lugar no Paraíso
Meia hora depois do jantar servido,já pensava em nós dois a longo prazo.Pensava em lhe servir o melhor vinho tinto de Portugal.Iria eu arrumar o quarto,perfumar levemente a cama.Queria lhe fazer caber no meu colo,e lhe ajustar ao meu corpo.Mas você nunca me deu mole.Nem nos meus melhores sonhos eu pude ter você.Nunca me chamou no msn,nem um feliz aniversário pelo orkut.Nem na internet pude sentir um gostinho de você,ainda que meramente virtual.
Menino,escute:o amor te espera bem na esquina.Europa,América do Sul,pouco importa.O que mais quero no momento é encostar tua cabeça nas minhas pernas e lhe massagear os cabelos;cantar baixinho sua música preferida da Joni Mitchell;lhe deixar falar dos feitos gloriosos do Flamengo e me divertir;te ver adormecer feito uma criança exausta depois de brincar o dia todo.Quero deixar cair sobre você todo o amor do mundo,o mais puro.Velar teu sono e segurar a tua mão,até meus olhos se fecharem.E poder garantir para nós dois um pedacinho do céu.
Senhor,que passa por essa rua
com buracos na calçada,portando
antigas ilusões no bolso esquerdo
O senhor que pulou muros
tacou fogo em salas de estar
que guardou no peito tanto amor
tanta vida que mal cabia no corpo
tantos sonhos que mal cabiam no tempo
velho de guerra,gritava
até o concreto rachar
O que andou fazendo da vida,senhor?
Os amores e sabores e utopias
o poder de escolher vida e morte
os soluços dos rios de lágrimas
e aquela cerveja no fim do dia
Vazou tudo entre seus dedos?
Me desse aquele tiro de ideologia
e eu não escaparia
Me desse um soco de rebeldia
e eu iria a nocaute.
Eu não fugiria do senhor.
Onde está o senhor?
Recolho ao meu vazio
e essa chuva que eu bebo pra não morrer de sede
pra não morrer.
Meu herói nunca chegou(onde está,senhor?)...
sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
Velha Infância
Dia desses,estava eu a relembrar minha infância vendo minhas fotos,num pequeno álbum colorido.Não mais cheio de cores do que minha vida aos 7 anos.Meus momentos tão sublimes,tão solares...tempos em que eu não tinha preocupação alguma,só em passar de ano.Eu só queria correr,dançar,desenhar e criar minhas histórias em quadrinhos--sim,eu era quadrinista aos 7.E assim fui até aos 11 anos.
Revirando meu passado infantil,lembro da eterna busca das pessoas pela felicidade.Uma busca desesperada,uma certa agonia que parece não ter fim.Ao meu ver,as pessoas buscam o que elas perderam aos 11 ou 12 anos;a inocência,as risadas vindas da alma,a pureza,o poder ser sincero.Felicidade é isso,e só se tem quando é criança.Não volta mais,e,mesmo sabendo disso,nós a buscamos a todo custo.Buscar felicidade é o mesmo que querer voltar a ser criança.E o amor eterno,que também buscamos,só os nossos pais têm por nós.
Liberdade sentida no rosto,quando o vento bate quando a criança está no balanço da praça.Rolar na lama e poder se sujar.Tudo isso na intensidade da busca.Mesmo sabendo que não volta,é importante buscar.É sempre importante lutar pela felicidade,é o que mantém a criança em nós.É o que nos mantém.
***********************************************************************
R.I.P. JD Salinger.
sexta-feira, 1 de janeiro de 2010
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