sexta-feira, 27 de março de 2009

Super Pop

Nove horas da manhã,e eu fazendo compras no supermercado.Não reclamo,eu gosto.Adoro escolher,ficar ali um tempo analisando preço,data de fabricação.Vou feliz da vida com minha bolsa ecologicamente correta.Não,eu não uso aquelas sacolas de plástico do supermercado que eu acho um ó.Eu não tenho habilidade nenhuma para desgrudar aqueles trecos,para colocar os produtos lá dentro.Só uso uma sacola dessas para ajudar a embalar congelados.

Bom,minhas caminhadas pelos corredores de um mercado são quase sempre muito agradáveis.Principalmente quando eu passo na seção de doces e vejo aqueles chocolates todos me dando o maior mole.Na parte de bebidas,as garrafas de vodca sempre piscam pra mim.E os produtos de benho? Adoro sabonete,shampoo,condicionador e mais os creminhos de massagem para os meus amados cachos...esses produtos me paqueram tanto.Mas até que eu sei me controlar legal.

Quase nada em supermercado me incomoda.Eu disse QUASE.Odeio as filas dos caixas,e tem umas minas de caixa que são bem lentas.Mais irritante que isso,crianças correndo de um lado pro outro como se mercado fosse um parque.Ah,pelamor.

Aí eu pergunto:cadê os pais? Quando eu era criança,ficava grudada na minha mãe.Não corria de um lado para o outro,e se eu fizesse isso,meu ouvido iria arder.Isso sem contar que foram raras as vezes que minha mãe me levou no mercado com ela.Pô,não é lugar de criança,né.Até porque criança quer tudo.É uma tortura tanto para os pais quanto para ela.Eu não ficava pedindo,mas aqui dentro de mim eu queria todos os chocolates do estabelecimento.

E parece que no supermercado,só tem crianças do tipo imperativa-um nome mais leve para pestinha.Me irrita pacas.Principalmente porque eu não era assim.Minha mãe não me deixou ser assim.E vou fazer de tudo para que meus filhos não sejam assim.

No mais,muito agradável ir ao mercado.Muito agradável poder escolher.Ai,ai a democracia nas compras...

Nós

Meu samba,você não ouviu
falava de nós
atados
entrelaçados
braços dados
que não quiseram se soltar.

Falei de nós
falei demais
-o que você tá dizendo,fía?
nada não
é só mais um eu te amo
que você não escutou

quinta-feira, 26 de março de 2009

Uma banana pelo teu pensamento

Te observei da varanda,fumando teu Hollywod,na santa paz de Lúcifer.Pensava eu em lhe pedir emprestado o seu disco preferido do Lou Reed.Eu estava usando um batom vermelho paixão,e vi que você estava dark.Seu olhar era tão fixo na lua que fiquei com ciúmes dela.Tão prateada e intocável lá em cima,em meio a nuvens.Pensei que ela deve ser muito infeliz.Eu sou tão real para você levar na conversa e me convencer a dormir contigo por pelo menos 20 anos.E nem me ama.Também não te amo,mas te quero com uma paixão sem tamanho.Eram 2 horas da madrugada,e eu só queria o vai-e-vem do teu corpo no meu.

terça-feira, 24 de março de 2009

Glass

A música abaixo ,composta e interpretada pela minha diva Paula Toller com o argentino/americano mais maravilhoso Kevin Johansen,é a coisa mais linda e mais sublime que eu já ouvi em pelo menos 10 anos =D


"Glass(I'm so Brazilian)"

You seem to touch things
turn them into gold
If i'd try the same thing
they'd turn into stone

You're so resilient
You don't break at the seams
And i'm so brazilian
always on extremes

And i seem to break like glass
i break just like that

You stir opinion
by raising just a brow
But i'm argentinian
and i'd like to know how
How without effort
things seem to go your way
While it's such a struggle
and i just seem to break

Yeah,i seem to break like glass
i break just like that
Seem to break like glass
i break like glass
Just like that

You seem to reach things
going by the book
If i tried the same thing
i'd leap before i look

And i seem to break
And i seem to break
Like glass
And i seem to break...


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;)

quinta-feira, 19 de março de 2009

Lembrança(Saudade que faz Retornar)

De manhã bem cedo,pegou o carro e rumou a Petrópolis,sua cidade do coração.Queria ficar com a avó,que,com o falecimento do marido,estava sozinha na casa florida.Esperava a chegada do neto querido.Ele guiava seu carro muito atentamente.Mas pensava muito naquele jardinzinho na entrada,e aquele cheiro de bolo de cenoura fresquinho.Mesmo ainda distantes,eram unidos pelos ventos frescos da saudade.

Ele pensava o tempo todo na coleção de discos de jazz do falecido avô.Quanta saudade.Lembrava dos seus 11 anos na casa dos avós.Enquanto sua irmã e seus primos brincavam pelo jardim dos fundos,ele era guiado pela voz de Ella Fitzgerald,a preferida do avô.Logo se tornaria a preferida dele também.

E aquele frio mambembe de Petrópolis...que agradável!Precisava sair do Rio,queria usar os casacos dados pela a avó.E ouvir a presença do avô naqueles discos de jazz.A falta lhe pesava os ombros e lhe roubava os dias no apartamento.

(...)

Chegando ao seu destino,enfim.Abraçou a avó no portão,e foi entrando lentamente.Quis sentir o perfume de cada flor naquele pequeno jardim da entrada.Chegou à sala,sentou-se no sofá.Fez um movimento com a mão esquerda no cabelo que fez a avó lembrar do saudoso marido.Ela sorriu.Avó e neto se olhavam profundamente,dividindo todas as lembranças.Ela perguntou se o neto queria um pedaço de bolo de cenoura que ela acabara de fazer.Ele fez que sim com a cabeça e sorriu.

Por 15 segundos o silêncio foi prova de amor total à saudade que faz retornar.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Os Toques ou Carta a Madonna

Era ainda tempo de toques.Eu não sabia o gosto que tinha,nem o cheiro.Mas sempre soube que gostava.Naquelas horas,era a mão direita.E eu suava tanto.Olhava o teto e via estrelas.Depois fechava os olhos.O sangue me corria quente,fervendo,era razão da minha febre insistente.Na noite anterior tinha lido Cassandra Rios,e me imaginei musa de suas linhas pintadas de rubro.Na minha cabeça reinavam os poetas,os mais lindos em sua poesia.E meu corpo foi todo instrumento de mim mesma.Não tinha nem noção de outro em cima,até então.Eu não precisava no momento.Só sei que eu levantava molhada da cama.Só sei que eu sentia fome,muita fome.E sei das estrelas que eu vi sozinha,só tocando esse instrumento no profundo,no íntimo.Nem precisava de meninos.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Um Blues

Um blues se faz de sangue
alma carne
do material do jazz
com um pouco mais de lágrima.

Um blues se faz da luz
vermelha de um cabaré
de um lençol de algodão vagabundo
num quarto de motel barato.

Blues gosta de palavras como
vagabundo
dor
estrada
Blues gosta de wisky
de vodca
e um licorzinho,pra variar.

Um blues se faz de beijos
de toques
ele gosta do sexo
e do amor fora de romances
porque românticos não sabem amar
eles não conhecem a dor
que o blues conhece tão bem.

Um blues se faz na estrada
é a chegada e a partida
do amor que é de ninguém.

Onde está a novidade?

Domingo,quieta na sala de minha casa,estava procurando algo interessante na tv.Mudando de canal,caí na Globo.Estava passando o programa do Faustão.

Pelo que entendi,o programa está elegendo os melhores de 2008.Na categoria cantoras estão Ana Carolina,Ivete Sangalo e Vanessa da Mata.Alguma novidade aí?Não.Nem precisa acompanhar o Faustão pra saber que as três - principalmente Ivete - são figurinhas fáceis em edições de melhores do ano.E o público,que escolhe os vencedores,tende a optar por Ivete.

Não entendo.Eu adoro,e muito,a Vanessa da Mata.Também curto a Ana Carolina.Mas a Ivete...não sei como esse povo que vota não cansa.A imagem dela é mega exposta.A mim,cansa muito.

E todo ano vem sendo a mesma coisa.Por que não dar uma variada? Não podia ser assim:Roberta Sá,Mariana Aydar e Paula Toller?
Ou:Marina de la Riva,Ana Cañas e Teresa Cristina?

Precisa necessarimente está em evidencia o tempo todo?Não sei o que a produção do Faustão acha.Provavelmente pensam que só existem essas três cantoras que estão indicadas.Mas isso é fruto de lavagem cerebral.E a Ivete é a que mais faz parte dela.Bem que poderiam fazer como o Serginho Groisman,que sempre convida artistas variados,não fica repetindo figurinha como o Faustão.

Essa eleição de melhores do ano deveria ser no Altas Horas,programa de Serginho.Muito mais democrático.Fica a dica.

Fausto Silva,vamos logo variar esse cardápio,antes que os clientes enjoem de vez-como eu,há muito tempo.

Leandra Leal em seu blog:

Little Joy é massa.


E eu concordo em número,gênero e grau=)

domingo, 15 de março de 2009

Para 2009 e sempre...

Não tenhas vergonha,não tenhas vergonha,não tenhas vergonha!

Digas o que sentes,digas o que sentes,digas o que sentes!

Carol,

não se importe tanto com a opinião alheia,minha filha.Você é mais apaixonada do que isso! seja mais Vinícius e menos Bilac...

The life is just one

De verdade,eu tenho poucos arrependimentos nesses meus 20 anos de estrada.São poucos,mas pesamE esses arrependimentos foram causados pela minha terrível timidez,que eu chamo carinhosamente de "vergonha cristã".Não que eu fosse religiosa.Mas a referencia de minha família católica sempre esteve presente de alguma forma.E,ah,como eu me arrependo.

Me arrependo de não ter chegado no Alexandre e dito que o queria mais que tudo;de não ter perdido a virgindade aos 14 anos com Daniel,meu grande amor na época;de não ter beijado a Ingrid;de não ter passado um fim de semana na casa do Bruno.

Me arrependo dos amores que eu evitei,e das aventuras que eu perdi.Mas eu ainda tenho 20 anos.Ainda posso me redimir.Será?Não sei...talvez se eu tentar.Não existe 7 vidas para o ser humano.Mas 7 horas para mudar tudo.Uma vida na garrafa e você tem a oportunidade de tomar tudo num gole só.

Eu juro:não vou desperdiçar.Se eu sou toda amor,hei de entornar minha garrafa todinha no gargalo,e partir com a certeza de que não deixei nenhuma gota.

Apoiado!!!

"Yet all were lacking,if sex were lacking."

-Walt Whitman-

terça-feira, 10 de março de 2009

Eu faço samba e amor
até mais tarde
tenho muito sono de manhã
(Chico Buarque)


Desenhei teu rosto com as serpentinas que restaram do último carnaval.O pandeiro ainda está aqui, e a cuíca chora quase tanto quanto eu.Arrumei um jeito novo de tocar.Meu corpo precisa de dedos e língua e suor.Depressa,antes que o sol nasça.Você sempre diz que sou tão imediatista quanto a dor.E você sabe como fazer...depressa,do seu jeito que é do meu jeito.Logo a manhã chega pra poesia repousar.

Infância Paulista

Quando eu era criança,eu vivia no meu quarto sozinha com meus bichos de pelúcia,meus gibis,meus diários.Morando num apartamento numa avenida movimentada no subúrbio do Rio de Janeiro,respirando a fumaça que vinha dos carros.O bairro era Madureira.E eu só via concreto.Achava engraçado quando se falava em Rio de Janeiro na tv.Só mostrava praia e aquelas ruas cheias de árvores e praças bonitas.Era um Rio azul,diferente do que eu via na real,tudo cinza.

Meus pais nunca gostaram muito de praia.Não me levavam,e eu também não pedia pra ir.não tinha curiosidade com o mar,diferente dos meus colegas de escola.Aliás,eu era a única que não sabia andar de bicicleta e nem de patins.Minha diversão era desenhar e escrever e ler Turma da Mônica.E também ir ao Centro da cidade com meu pai.

Adorava quando meu pai me levava até o Centro.Sempre gostei daqueles prédios altos-ainda que eu morra de medo de altura.Ficar contemplando aqueles edifícios...como era bom.E sentar na escada do Theatro Municipal para comer pastel ou algum doce de chocolate que eu fazia meu pai comprar.E ele sempre contando histórias de quando era jovem e trabalhava por ali.Eu achava tudo isso melhor que qualquer parque ou praia.

Voltava pra casa feliz,e cheia de histórias pra colocar no papel.Histórias sempre ilustradas.Gostava de usar a cor cinza e desenhar os prédios do Centro.Porque pra mim o Rio era muito mais São Paulo no Centro e em Madureira.O Rio era cinza.Era o Rio de minha infância,e continuava lindo...