quarta-feira, 22 de junho de 2011

Analógica

Faz tempo que eu não escrevo
poemas em folha de papel
poemas dor-de-cotovelo
com gotas de lágrima molhando o papel
faz tempo que eu não toco em fotos
reveladas na loja da rua
voltando feliz para casa
com o envelope na mão
faz tempo que eu não pego o telefone
para escutar a sua voz
faz tempo não lhe mando cartas apaixonadas
e não escuto nossa trilha sonora rodar na vitrola
Nosso amor digitalizou
não vejo sua letra
não toco em nossas fotos.
Quero tocar,beijar,lamber
sentir outra vez
o meu amor em detalhes
acreditar que ainda existe tato...


(e tem gente que acredita que o amor se acha no Google)

domingo, 12 de junho de 2011

Fumando mil cigarros,bebendo Coca-cola...*

Escrevendo cartas de amor
solitária como só posso ser
como Maysa cantava
ou como eu escrevi há 5 minutos.
Solitária com doses de cafeína
cama desarrumada do sonho que tive ontem
coma induzido pelo olhar do moço tatuado
na minha testa escrito "coma!"
solitária como o derradeiro cigarro
solitária como só posso ser
longe do amor
nessa cidade sem socorro
nessa cidade,eu morro
de saudade
morro.

........................................

*frase tirada da música "Por Aí",da Bárbara Eugênia.